FLI-BH: FESTIVAL LITERÁRIO INTERNACIONAL DE BELO HORIZONTE


O primeiro Festival Literário Internacional de Belo Horizonte - FLI-BH encerrou ontem, mas com certeza marcou ponto super positivo para essa cidade que evoca e inspira cultura em várias de suas áreas.

Tive a oportunidade de participar de alguns momentos do evento, mas devo confessar que não me perdoo por ter perdido a conferência de abertura que contou com a participação de Milton Hatoum e Maria Esther Maciel, bem como os irmãos quadrinistas Fábio Moon e Gabriel Bá (podia ter levado meu exemplar do livro Dois Irmãos, em quadrinhos para pedir para autografar)... Mas não deu e por isso, neste post apresento apenas aquilo que registrei e um pouco do que usufrui.


Um dos espaços mais aconchegantes ficou por conta de uma ampla e interessante biblioteca, ambientada por uma estrutura metálica e lona, estantes em madeira, bancos, mesas, pufes e um excelente acervo de livros infantis. Havia integração entre espaço e serviços (com atividades de mediação de leitura). Sobre a biblioteca da Fli-BH farei um post a parte pois vale a pena referendar!


O evento suscitou muitos diálogos e esses eram os meus maiores interesses. Uma das mesas tratava sobre Drummond..."Belo e triste horizonte de Drummond", com Humberto Werneck, João Perdigão e Afonso Borges. Excelente bate papo que apontou particularidades do poeta e sua relação com Belo Horizonte e sua cidade natal, Itabira. Gostei demais da forma com que Humberto Werneck nos conduziu sobre suas observações sobre Drummond, que gostava de moda, era um rapaz traquinas, entre outras. 


Outra mesa muito instigante foi "A escrita hispanoamericana" que contou com a participação de Eric Nepomuceno (adorei sua fala, suas histórias, suas deixas sobre amizade, sua relação com a literatura), Joca Reiners Terron e Wander Melo. A conversa foi mediada pro Jacques Fux.  O diálogo permeou sobre a literatura brasileira e sua relação e circulação entre países de língua espanhola. Houve pontos de tensão nessa conversa, mas que foram enriquecidas por diálogos muito inteligentes...


A FLI-BH, contou com a Primavera da LIBRE,  uma explicação extraída da programação do evento destacava que:
A Primavera Libre é a maior feira literária independente do Brasil e também está entre as mais expressivas do gênero no mundo. Promovida pela Liga Brasileira de Editoras (Libre), a Primavera nasceu em 2001, no Rio de Janeiro, com o compromisso de ser, além de uma feira comercial, um espaço cultural onde os pequenos e médios editores nacionais pudessem apresentar suas produções, interagir com o público e discutir o livro. A diversidade dá o tom da feira e da programação literária a partir dos muitos gêneros editados por cerca de 56 editoras. Ao todo, são 8 mil títulos, com descontos que chegam a 50%. Com essa trajetória já consolidada, era fundamental que a Primavera da Libre entrasse no calendário dos eventos literários da capital mineira, cidade tradicionalmente leitora.
Mila e eu aproveitamos para apreciar um pouco das produções independentes e encontramos um exemplar do caderno feito a mão, da marca Libretto, que ela me deu de presente em 2011 e ainda estou por usar...o caderno faz alusão ao livro de aventuras de Ellie da animação Up (Altas Aventuras).


A área do Parque esteve bonita também com as belíssimas imagens da exposição "Cidades Escritas", do fotógrafo argentino Daniel Mordzinski, conhecido como “o fotógrafo dos escritores". Quem passou pelo parque com certeza se surpreendeu com seu trabalho primoroso.  

Pedi à Camila que me fotografasse junto a Mario Vargas Llosa, um dos escritores por quem tenho enorme admiração.


O FLI-BH contou com a participação de muitos escritores brasileiros, mas trouxe experiências de outros países como a escritora Teresa Cárdenas, de Cuba, que participou da mesa "Literatura e vias presentes" e apresentou pontos significativos sobre identidade, preconceito racial e mesmo sobre a necessidade de revisão de legislação sobre esse tema em seu país. Outros pontos sensíveis foram tocados das obras de Nilma Lacerda, mediados por Dagmar Braga.


A grande quantidade de atividades acontecendo simultaneamente em um evento como o FLI-BH, faz com que não consigamos em algumas situações ir até o final de uma palestra. Foi o que aconteceu quando deixei a mesa "Literatura e vias presentes" e segui para o Espaço Ribalta, localizado na área externa do Teatro Francisco Nunes.

É que aconteceria a mesa "Do blog ao livro", mediado por Samuel Medina com Li Mendi, Ique Carvalho e Danilo Leonardi. Como blogueira, tinha interesse em ouvir sobre as experiências e as mudanças ocorridas na  vida dos autores além da web com a criação de livros impressos. O que deu pra perceber é que tem gente se dando muito bem (mas não com blogs sobre bibliotecas!...). 


Com uma programação incrível, o FLI-BH teve início com o tema “Imagina o Mundo, Imagina a Cidade” e em torno disso ofereceu um mundo de atividades envolvendo mesas de debates, oficinas, saraus, exposições, narrações de histórias e mais, muito mais. Desejo que seja o princípio de muitas edições para a FLI-BH!



Encerro esse post com o registro do encontro com a querida Pâmela Machado e Samuel Medina, em meio a exposição "Cidades Escritas" no ambiente do Parque Municipal. Em outros posts contarei sobre a oficina Literatura infanto-juvenil: o que, por que e como escrever, com Leo Cunha, sobre a Biblioteca da Fli e por fim sobre um certo carrinho de pipoca que encontrei pelo caminho...

Fotos: Soraia Magalhães e Camila Magalhães

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