MUSEU DO ÍNDIO - MANAUS


O Museu do Índio, mantido pela Congregação das Irmãs Salesianas, pode ser considerado um dos mais antigos da cidade de Manaus. Foi fundado em 1952, uma ação atribuída à irmã missionária Maddalena Mazzone e possui acervo formado por mais de 3.000 mil peças do universo indígena dos povos do alto rio Negro.


O Museu está localizado bem ao lado do Centro Educacional Santa Teresinha, instituição de ensino que estudei quando menina. Nos anos 70, durante as comemorações da semana da criança, no mês de outubro, nosso presente era uma visita às exposições do Museu do Índio.


Logo na entrada do Museu há uma estátua representando o índio Ajuricaba, não há ali maiores dados sobre quem foi e o que fez, contudo reproduzo informação extraída do BlogdoRocha
Somos caboclos guerreiros, descendentes da tribo de Manaós (mãe dos deuses).
Segundo o Álbum da Cidade Manaus 1848-1948, digitalizado pelo Centro Cultural Povos da Amazônia “Diz a história da Amazônia que Manaus era o nome de uma tribo indígena, que primitivamente, dominava o vale do Rio Negro. Ajuricaba, que a ela pertencia, chefiou a celebre Confederação Amerinda da Amazônia que fez perigar o domínio lusitano nestas parte do Novo Mundo. Ajuricaba caiu prisioneiro, conduzido acorrentado numa canoa, para bordo de um veleiro português, onde seria levado para a Corte, o guerreiro índio, altivo e nobre, atirou-se, com os seus grilhões a voragem das águas. Preferiu morrer, a viver como escravo. Os seus feitos, revestidos de todos de grande heroísmo e denunciadores de profundo sentido nativista, atravessou o tempo e para os filhos do Amazonas, Ajuricaba tornou-se um símbolo.
Infelizmente o Museu não apresenta nenhuma atenção aos aspectos que envolvem a história do Amazonas e da cidade de Manaus e as nações indígenas originárias, além de informações sobre questões envolvendo o modo com que foram tratados e ainda são os índios em nosso país.


O acervo está distribuído em seis salas que apresentam materiais que contam sobre o modo de vida indígena por meio de seus adornos, utensílios, instrumentosO espaço é muito limpo, bem iluminado, bem cuidado. Nas salas se pode obter por meio dos materiais expostos, uma vaga visão  da vida de homens e mulheres no ambiente das aldeias. O Acervo foi sendo construído durante as missões Salesianas em meio as etnias dos índios Tukano, Ticuna, Yanomani e outros. 

  

Em uma das salas, creio que houve a tentativa de recriar um pequeno diorama com imagens da flora e fauna amazônica. Neste espaço se pode observar tartarugas, jacarés, aves e outros animais.


De todas as salas, há uma que povoou minha imaginação por anos a fio. Consta de um funeral onde se pode observar um índio deitado em uma canoa circundado por representações em forma de máscaras. Ao mesmo passo que sentíamos quando crianças curiosidade, nos alvoroçávamos por medo. Naquele tempo não nos explicavam muito, mas hoje sei que o ritual fúnebre é um momento festivo e belo para os indígenas. 


Do ponto de vista crítico, o Museu possui materiais e imagens que nos levam a refletir sobre os processos de invasão, exploração e evangelização impostos aos indígenas e as perdas provocadas às suas culturas.

O Museu possui uma pequena biblioteca voltada para a temática dos povos indígenas. O espaço está aberto à público, contudo, o acervo, conforme se pode observar na imagem abaixo, é pequeno.


Passei muitos anos sem visitar o Museu do Índio, na verdade, desde que deixei o Colégio Santa Teresinha nos anos 80, somente em 2013 pude retornar, porém naquele período tive o meu computador roubado e perdi todas as fotos realizadas na época.

Uma nova visita se deu porém no mês de abril do ano de 2015, as quais as novas imagens estão agora aqui apresentadas.


Da janela do Museu é possível ver partes do Colégio Santa Teresinha, o pátio, a igreja e o pavilhão onde estava instalado o jardim da infância. Naquele tempo havia ali um teatro. Tudo está muito mudado...
  

Não posso deixar de agradecer a Irmã Virgínia que por duas vezes me recebeu no Museu do Índio e me tratou com o maior carinho. A Irmã Virgínia, cuida da loja de Artesanato onde se pode comprar diversos produtos em cerâmica e objetos de cipó.

O Museu funciona de segunda a sexta-feira de 8:30 à 11:30 pela manhã, e 14:00 às 16:30 pela tarde. Aos sábados, o museu abre das 8:30 às 11:30. O valor da entrada é de R$10 (inteira) e R$ 5 (meia).


Fotos: Soraia Magalhães

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