BIBLIOCAMP RIO 2015


O BiblioCamp pode ser definido como uma “desconferência” que vem acontecendo no Brasil desde 2011 sob a tutela de grupos de bibliotecários que reúnem outros pares para apresentar ações, experiências, ideias e práticas no âmbito das bibliotecas. Os participantes arcam com custos e benefícios e a proposta vem ganhando cada vez mais fôlego e prestígio.

A ideia foi colocada em prática pelo Bibliotecário Moreno Barros que promoveu o primeiro Bibliocamp em 2011. De lá pra cá, outras edições ocorreram em São Paulo, Florianópolis e Brasília. A próxima já está prevista para Curitiba, em outubro desse ano. 


O Bibliocamp Rio 2015, aconteceu no dia 16 de maio na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro (BPE) e quem abriu a rodada de exposições foi o próprio Moreno Barros, mas fez apenas um pequeno relato sobre a ideia, trajetória e durante todo o dia foi o mestre de cerimônia do evento.


O primeiro a contar sua experiência foi o Bibliotecário Sergio Pinheiro que já atuou na BPE (atualmente está a frente da Biblioteca Parque de Manguinhos). Sua fala reportou a erros cometidos junto a BPE, mas também apresentou vários acertos!


O segundo a falar foi o pesquisador Aldo Barreto que esbanjou simpatia e foi até performático em sua apresentação. Ele nos contou um pouquinho sobre sua trajetória, como foi avançando pelos caminhos da Ciência da Informação.


Marcelo Lima trouxe sua experiência empreendedora no ramo da restauração. Desde o princípio esse segmento e o interesse pelos livros foram a tônica na sua relação com a Biblioteconomia. Ele é o criador da Biblioart, empresa especializada em conservação e restauração de acervos, atua também como Bibliotecário da Fiocruz.


Sou super fã do Professor Briquet de Lemos e fico sempre  lisonjeada por ter a oportunidade de ouvir as histórias que ele narra com eloquência e bom humor. No Bibliocamp, Briquet traçou um pequeno resumo de suas atividades na Biblioteconomia (muitas!).


Quem encerrou a rodada de falas no horário da manhã foi o antropólogo Mércio Gomes, professor da UFRJ. Ele contou sobre momentos de interação no trabalho realizado no Rio de Janeiro com Darcy Ribeiro na Secretaria de Educação, na década de 80.


As apresentações no horário da tarde foram iniciadas pelo Bibliotecário William Okubo, que relatou suas vivências na periferia de São Paulo. Cultura genuína, William é um idealista e faz parte de uma turma de Bibliotecários engajados pelos quais tenho carinho, admiração e respeito.


Ahhh, ai então chegou minha vez e na oportunidade procurei oferecer um panorama do que realizei desde o primeiro Bibliocamp em 2011, seja com o Caçadores de Bibliotecas, com o Movimento Abre Biblioteca, meus livros infantis e por fim com o novo projeto Biblioteca em Quadrinhos. Sobre esse momento contarei em um post a parte.


Raphael Vidal trouxe o riso ao Bibliocamp Rio. Ele não é bibliotecário, mas curte livro e leitura e foi de forma muito bem humorada que contou sobre sua relação com esse segmento informacional que o levou a se tornar um agitador cultural na cidade do Rio de Janeiro, aguardem para ver como foi sua fala em vídeo...


Dora Steimer se formou em Jornalismo, mas queria a Biblioteconomia, foi isso que ela contou além de outras escolhas que tem realizado. Nomadismo era o seu tema, ao qual me identifiquei muito. Dora é de Campo Grande/MS, já morou em várias cidades e atualmente está em São Paulo. Sua fala me levou a pensar que quem tem coragem de viver o nomadismo muitas vezes, sabe bem o que quer!


Marcello Cavalcanti nos brindou com seu trabalho criativo e surpreendente. Fotógrafo e designer, sua fala girou em torno do projeto "Augusto Malta Revival" que combina fotografias de Augusto Malta com imagens atuais do Rio.


Chico de Paula é Bibliotecário, mas também é formado em Direito. É o editor chefe da Revista Biblioo e para o evento tocou um tema pra lá de oportuno: liberdade de expressão e censura. Chico foi alvo de um processo disciplinar por parte do CRB7 por conta da publicação de uma charge. Ele aproveitou para nos alertar sobre nossos direitos diante de situações arbitrárias como essas...


A arquiteta Bel Lobo foi a responsável pelo projeto de ambientação arquitetônica e mobiliário da Biblioteca Parque Estadual, ela nos contou um pouco da trajetória do projeto ao resultado final, que agora pronto (quem estiver no Rio de Janeiro e se a BPE estiver aberta) pode constatar, um trabalho que envolve planejamento, beleza e criatividade. 


Charles Farias, é estudante de biblioteconomia e contou sobre sua experiência com o projeto Biblioteca Sem Paredes que atua de forma voluntária arrecadando e disponibilizando livros nos finais de semana nos bairros do Grajaú e Ramos. Trabalho super generoso...pena que o tempo foi curto pois pensei em caçar essa Biblioteca  para apresentar aqui no Caçadores...


Já era quase finalzinho quando a jovem bibliotecária Gabriela Bazan Pedrão subiu ao palco para contar sobre o canal literário “É o último, juro!”  Ela descreveu o processo de criação, bem como refletiu sobre a influencia desse tipo de trabalho para o público em geral, inclusive para os estudantes da escola em que atua. 


Quem encerrou o evento? Foi a Marina Macambyra, bibliotecária da ECA/USP.  Ela é autora do blog Dia de Greve, dia de Trabalho onde apresenta reflexões sobre a profissão, bem como sobre política, cinema, literatura, mulheres, bibliotecas...Ela fechou instigando o pensar sobre ofício, numa ótica de biblioteconomia de guerrilha.

Todas as falas foram filmadas. Não é objetivo desse post apresentar maiores detalhes. Em alguns dias, os editores da Revista Biblioo estarão disponibilizando essas informações em seu canal. Vale a pena, conferir!


Encerro esse post com a imagem de relevante gama de bibliotecárias e bibliotecários fora de série que juntos tornaram esse evento tão expressivo. Evento que já é o meu favorito.

Deixo por fim externado um abraço a todos lamentando o tempo ser tão curto, fator que não  nos permitiu interagir mais do que gostaríamos. Agradeço mais uma vez ao Moreno Barros pelo convite. Valeu!!!


Fotos: Soraia Magalhães/Hanna Gledys

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