FAHRENHEIT 451 - O FILME, A CARTA, O LIVRO
Filmes. Tudo haver com livros. São a partir deles, dos livros, que muitas
vezes, grandes obras do cinema são construídas, bem como, muitas histórias se
tornam conhecidas por grandes plateias. É por gostar tanto dessas duas
maravilhosas expressões do conhecimento, que decidi escrever hoje, sobre
o filme Fahrenheit 451, dirigido por François Truffaut, em 1966.
Antes, devo registrar que, o que me levou a escolher o tema, foi a
informação do falecimento do escritor Ray Bradbury, dia 7 de junho de 2012, autor de Fahrenheit
451, livro que deu origem ao filme. Além disso, contou também o fato de ter tomado conhecimento
sobre a construção dessa obra por meio de uma informação, enviada por Gusthavo Santana, pelo Facebook, oriunda do Blog
do IMS.
Trata-se de uma carta de agradecimento, escrita por Bradbury à diretora
assistente da Biblioteca Pública de Fayeteville, local onde ele escreveu parte
desse livro. A carta presta uma bonita homenagem a biblioteca e a capacidade
criativa do ser humano. Confira!
"Prezada Shawna Thorup:
Fico feliz de saber
que vocês estão celebrando o meu livro Fahrenheit 451. Acho que vocês vão
gostar de saber como escrevi a primeira versão, que tinha 25 mil palavras e foi
publicado em uma revista. Eu precisava de um escritório e estava sem dinheiro
para isso. Então, certo dia, eu estava caminhando pela U.C.L.A. e escutei
alguém datilografando no porão da biblioteca. Descobri que havia uma sala de
datilografia onde você podia alugar uma máquina de escrever por meia hora a dez
centavos de dólar. Me mudei para a sala de datilografia junto com um bando de
estudantes e uma saco cheio de moedas – um total de US$ 9,80, dinheiro que
gastei na criação da versão de 25 mil palavras de “O Bombeiro” em nove dias. Como
pude escrever tantas palavras tão rapidamente? Foi por causa da biblioteca.
Todos os meus amigos e pessoas queridas se encontravam nas estantes acima de
mim, e berravam e gritavam para que eu fosse criativo. Então, subi e desci as
escadas, procurando livros e citações para colocar em minha novela do
“Bombeiro”. Vocês podem imaginar como foi emocionante escrever um livro sobre
queima de livros na presença de centenas dos meus queridos nas estantes. Era a
maneira perfeita de ser criativo; é isso o que uma biblioteca faz. Espero
que vocês gostem de ler o resultado de minha paixão. O livro ficou maior alguns
anos depois, e se tornou popular, graças a Deus, entre muitas pessoas.
Desejo-lhes tudo de
bom.
(assinatura)"
Fahrenheit 451, narra o dia-a-dia de uma sociedade totalitária, onde livros são vistos como elementos que devem ser banidos, visando favorecer a vida em "harmonia". Nesse ambiente, os bombeiros, que conhecemos por apagar incêndios, ironicamente são os profissionais responsáveis pela destruição desses objetos, visto como negativos.
Desde os momentos iniciais do filme, é possível perceber a leitura como elemento proibido, haja vista que até mesmo os créditos como lista de atores, direção e outros, são apresentados em forma narrada, ao invés de escrita.
Conta a história de Montag, um bombeiro com "carreira promissora" que começa a ler furtivamente os livros que deveria destruir, até ser denunciado por sua própria esposa e perseguido por outros bombeiros.
A narrativa reflete uma sociedade sem direito a informação,
dominada pelos programas de reality shows, tão comuns e apreciados em nossa
sociedade atual.
Deveria destacar a cena (para mim), mas marcante do filme, contudo, especialmente nesse caso,
destaco duas. A primeira, a descoberta de uma casa contendo uma enorme
biblioteca e a decisão tomada pela proprietária - ser queimada junto com seus
preciosos livros.
A outra, quando Montag, vivendo na Terra
dos homens-livro, entende como perpetuar o conhecimento. Diante da opressão,
é preciso memorizar livros e com grande responsabilidade, ser livros. Uma das
mais belas passagens do filme.
Cheguei a pensar que livro seria, se fosse necessário o extremo de ter que memorizar uma das minhas paixões literárias. em prol de sua segurança. Não vou contar o escolhido, porém os meus amigos provavelmente saberão qual...
Fahrenheit 451 está na lista de meus filmes favoritos. Nunca li o livro (o que é uma pena), mas quanto ao filme, já assisti pelo menos quatro vezes e agora que conheço sua origem, escrevo essas poucas linhas em homenagem a Ray Bradbury, que partiu deixando, entre outros trabalhos, essa bela e reflexiva obra que exalta os possíveis danos causados à sociedade, quando da falta de acesso a informação, bem como evidencia também todo seu amor à criação e a produção dos registros do conhecimento.
P.S Li o livro em 2013, mas não quis alterar o conteúdo do texto que havia escrito em 2012. O livro é excelente e possui elementos que se diferem do livro.
O filme foi indicação de uma professora, considero como um de meus favoritos também. Abraço Soraia e parabéns mais uma vez pela postagem!
ResponderExcluirAté que ponto essa sociedade é ficção!?
Sim, Daiane também um dos meus favoritos por trazer uma grande possibilidade de reflexão! Abraço carinhoso também para você!
ExcluirEu quero assistir um filme com você!
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