BIBLIOTECA DE CELSO, ÉFESO - TURQUIA



A Biblioteca de Celso é uma das bibliotecas mais fotografadas do mundo, mas lá não existem livros, usuários ou bibliotecários.  Foi fundada no ano 115 d.C. para honrar e servir como santuário de sepultamento a Tiberius Julius Celsus Polemaeanus, membro do alto escalão do Império Romano. O interior da biblioteca foi destruído por um incêndio em 262 d.C., e o prédio abandonado foi derrubado por um terremoto no século X.

É considerada a biblioteca do mundo antigo em melhor estado de conservação (embora tenha sido sensivelmente restaurada) e deveria ser parada obrigatória para os caçadores de bibliotecas em rota pela costa da Turquia ou Grécia. A biblioteca faz parte do conjunto de ruínas de Éfeso, uma das maiores cidades do mundo em sua época, que abrigava também o Templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A maioria dos textos históricos sobre bibliotecas menciona a Biblioteca de Celso, mas geralmente o foco é na Biblioteca de Alexandria, a Biblioteca de Pérgamo na Grécia e as primeiras bibliotecas públicas em Roma. Presumivelmente, isso acontece porque a Biblioteca de Celso não era tão antiga como as outras instituições, e não foram encontrados registros sobre suas coleções, bibliotecários e operações gerais. Mas a Biblioteca de Celso foi uma das primeiras bibliotecas públicas com financiamento privado e também está entre as primeiras dedicadas à alguém de fora de uma família imperial. Inscrições dizem que foi fundada pelo filho de Celsus, enquanto a maioria das estruturas antigas que tenham sido identificadas como bibliotecas públicas foram construídas por reis ou imperadores.

Nas décadas de 1960 e 70, arqueólogos austríacos remontaram a fachada de dois andares em mármore, e a biblioteca é agora uma das atrações mais populares da cidade antiga, acolhendo mais de um milhão e meio de turistas a cada ano. Chegar lá pode ser um pouco difícil, mas existem diversas rotas turísticas saindo de Istambul ou chegando pelo porto de Kusadasi, que fazem o tour bate-volta em Éfeso.

Um taxista me levou de Kusadasi até Éfeso e me explicou que a melhor maneira de conhecer a cidade é chegar pelo portão de trás, onde é possível caminhar através das seções superiores do sítio arqueológico, antes de descer a longa ladeira em mármore (na esquerda da foto).  No final da ladeira está a imponente Biblioteca de Celso.



[Muitas informações não são precisas e se desencontram] Celsus foi uma espécie de governador da Ásia por volta de 115 d.C., e um cidadão local rico e popular. Ele usou sua própria riqueza pessoal para pagar pela construção da biblioteca.



O que vemos hoje é uma reconstrução. Dá pra reparar nas fotos a diferença entre os blocos originais e os de reposição. Arqueólogos austríacos foram os responsáveis pela reconstrução da fachada entre 1970 e 1978. As estátuas dos nichos no nível mais baixo são cópias das originais, que foram enviadas para Viena.



Por que foi necessário reconstruir a Biblioteca de Celsius? Através dos anos, o prédio passou por tempos difíceis. Em 202 d.C., os godos invadiram Éfeso, queimando a biblioteca e pergaminhos. Mais tarde, os terremotos completaram a devastação. Construída em 135 a.C. por um filho em homenagem a seu pai, a magnífica biblioteca é ricamente decorada com fachadas, colunas e esculturas. A biblioteca já abrigou 12 mil rolos de papiro manuscritos, tornando-se uma das maiores no mundo antigo, perdendo apenas para a biblioteca de Alexandria, no Egito. A fachada da biblioteca tem de dois andares, com colunas em estilo coríntio no piso térreo, e três entradas do edifício.



Arqueólogos acreditam que cerca de 12 mil pergaminhos foram alojados em armários embutidos em nichos na parede. Havia paredes duplas por trás das estantes para preveni-los dos extremos de temperatura e umidade. Uma grande sala de leitura ficava de frente para o leste, projetada com uma entrada exagerada do edifício a fim de aproveitar melhor a luz da manhã.



Este é um painel explicativo, com uma foto na esquerda da biblioteca após as primeira escavações, e uma projeção da biblioteca em seu período de funcionamento. O texto diz o seguinte: A Biblioteca de Celso, certamente o monumento mais conhecido em Éfeso, foi construído entre 100 e 110 a.C. por Gaius Iulius Aquila para seu pai, o senador Tiberius Iulius Celsus Polemaeanus. A biblioteca pode, na verdade, ser interpretada como um templo dedicado à um herói, construída sobre a câmara de sepultamento do falecido. Uma sequência de nove degraus, na fachada, ladeada por estátuas, levava a um portal a partir da qual adentrava-se o salão de leitura. A arquitetura ediculada da imponente fachada contrasta com a construção em tijolos do interior do edifício, embora os pisos e paredes fossem revestidos com mármore. A biblioteca foi destruída durante um terremoto por volta de 270 d.C e não foi reconstruída. No período da antiguidade tardia os remanescentes da esplêndida fachada serviram como a parede traseira de uma fonte de rua. A reconstrução teve lugar durante os anos de 1970-1978, com a ajuda financeira de Anton Kallinger-Prskawetz.



aqui está um pequeno vídeo que projeta em 3D a biblioteca original





Interior da biblioteca, com os nichos onde ficavam armazenados os rolos de pergaminho.



A parte interna da fachada.



A Biblioteca de Celso é um destaque não só esteticamente, mas também no sentido figurado. A biblioteca é personificado pelas quatro estátuas que a guardam:
  • Episteme (conhecimento): familiaridade com fatos e informações [a da foto acima]
  • Ennoia (inteligência): a compreensão de como manipular informações para conseguir certas coisas
  • Arete (valor): ter a virtude moral para distinguir o certo do errado
  • Sophia (sabedoria): capacidade de aplicar o conhecimento e julgamento para determinar o curso de ação correto



Alguns guias turísticos do local contam a história que um túnel existiu ligando a Biblioteca de Celso a um bar ou prostíbulo. Os homens romanos contariam a suas esposas que estavam indo para a biblioteca para ler, mas tomavam o túnel para o seu objetivo real. Parece verídico.



Em Éfeso,como em toda Turquia, os gatos estão absolutamente em todos os locais e parecem bastante felizes por terem as ruínas como casa, onde passam o dia sendo alimentados e acariciados por turistas.



É nóis no Celso.





Este é caminho através de um pilha de colunas em ruínas, e leva ao Grande Teatro. Na distância, ao fundo, dá pra ver a lateral da Biblioteca de Celso.



O Grande Teatro tinha capacidade para 25 mil pessoas. Foi usado para lutas de gladiadores - e para sacrificar os primeiros cristãos aos leões.


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