ESCOLA ESTADUAL AFONSO PENA: BIBLIOTECA - BELO HORIZONTE


As imagens desse post se referem a Escola Estadual Afonso Pena, uma das primeiras implantada em Belo Horizonte, com trajetória iniciada em 1907.


As imagens foram realizadas em abril de 2016, quando busquei a direção da Escola no intuito de pedir autorização para realizar uma atividade de mediação de leitura (utilizaria para esse fim, meus livros infantis Lia sempre lia e Leo e seus amigos, os livrinhos). O pedido para a atividade foi negado, mas me permitiram conhecer e fotografar as dependências da biblioteca, a qual apresento aqui.  


Tinha muito interesse por conhecer a biblioteca dessa Escola, especialmente por apreciar o edifício e seus aspectos arquitetônicos, em verdade, como trabalhei por vários anos no Colégio Imaculada, (localizado muito próximo), o lugar sempre me despertou curiosidade.


A biblioteca ocupa um espaço no térreo do edifício. A área é ampla e mais parece um pequeno labirinto, contudo apresentava aspecto bastante descuidado.


Como é comum encontrar em bibliotecas escolares das redes públicas do país, vasta quantidade de livros didáticos tomam conta das estantes e outros mobiliários...ali não foi diferente!


A biblioteca dispõe de pequenas salas que estão separadas por vãos em formas de arcos, nesses ambientes estão reunidos acervos distribuídos por livros de literatura infantil, juvenil e didáticos. 


Na época em que visitei o espaço não havia um profissional bibliotecário para gerir a biblioteca, havia uma professora que atendia no local e que me recebeu com toda simpatia, mas alertou que talvez não estivesse lá por muito tempo, por que seu contrato de trabalho estava quase acabando. 


O espaço do ponto de vista da decoração, era pouco convidativo, mas haviam frases de incentivo à leitura e cartazes... 


A cor branca das paredes não ajudavam a dar um tom alegre ao ambiente...


As ilustrações de Ziraldo nos cartazes que criavam aproximação com o lúdico, mas faltava muito para ser um ambiente convidativo.  


Em termos de estrutura de equipamentos tecnológicos, percebi que havia um espaço para que os alunos assistissem aulas no local ou mesmo pudessem apreciar filmes. Havia também uma sala com vários computadores.


Mas chamava a atenção o fato de que a biblioteca não possuía várias mesas para atender grupos de estudantes. Em uma parte de uma das salas havia algumas bancadas com algumas poucas cadeiras para usos coletivos.  


Belo Horizonte é uma jovem cidade, completou cento e dezenove anos  em 2016, possui edifícios históricos belíssimos como por exemplo o Centro de Referência da Moda ou o Museu de Artes e Ofícios, entre tantos outros, assim como bonitos edifícios escolares dos primeiros anos de formação da cidade. Sobre a história da Escola Estadual Afonso Pena, sua página no Facebook  apresenta que:
Foi criada no governo do Dr. João Pinheiro, recebendo o nome de Grupo Escolar “Afonso Pena”, foi escolhido para Patrono do estabelecimento o Conselheiro Dr. Afonso Pena, proprietário de uma das casas onde até hoje funciona a escola. Aos seus 105 anos de existência a E.E. Afonso Pena passou por várias administrações, sendo sua primeira diretora a Sra. Maria Salomé Pena que queria que a escola fosse um referencial para a classe rica de Belo Horizonte, devido à qualidade de ensino e a sua localização central. Recebeu assim filhos de famílias tradicionais que se tornaram ilustres como: Dr. Aluisio Clemente Lima e Dr. Gilberto Clemente Faria, diretores do Banco da Lavoura, Dr. José Sete Câmara, Dr. Elos Melo Viana, Dr. Aureliano Pires de Albuquerque, Dr. Abgard Renaut, Pedro de Castro Silvio Barbosa, Dr. Luis Adelmo Lodi, Oto Barcelos Corrêa, Dr. Abílio Machado, Fernando Sabino, Guimarães Rosa, dentre outros. 
Em vista do exposto, creio que a Escola Estadual Afonso Pena, nos dias atuais não está mais inclinada a formação educacional das famílias tradicionais de Belo Horizonte.


Não saí muito contente dessa visita. A negativa do gestor da unidade em me permitir realizar uma ação de incentivo à leitura com as crianças, seguida da constatação do estado de abandono do espaço, contribuiu para refletir o quanto o Brasil precisa avançar para a formação de leitores.


O descaso com a estrutura física e de pessoal de uma das mais tradicionais escolas da cidade de Belo Horizonte pode nos levar a pensar nas demais bibliotecas de outras escolas das redes públicas distribuídas pelo país...

Fotos: Soraia Magalhães

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