BIBLIOTECA DO INSTITUTO RICARDO BRENNAND - RECIFE


Em 2016 tive a oportunidade de conhecer o Instituto Ricardo Brennand, - (IRB), localizado em Recife, que reúne não apenas um dos mais incríveis espaços museológicos do país, como também uma fascinante Biblioteca. A ocasião surgiu em decorrência da participação no Bibliocamp Recife que reuniu uma gama de profissionais e estudantes da área Biblioteconômica.


Tendo em vista que comentei em outros post sobre as áreas museológicas do Instituto e a alegria na participação no Bibliotecamp, faltou na época apresentar minhas impressões sobre a Biblioteca, onde fui muito bem recebida pela Bibliotecária Aruza Holanda, responsável pelo espaço. É possível que nos últimos 4 anos, o ambiente interno tenho sofrido mudanças, contudo, deixo aqui comentários e imagens que refletem o que vi e registrei.


Se chama oficialmente Biblioteca José Antônio Gonsalves de Mello e é especializada em arte, história e arquitetura, com acervo formado por mais de 60 mil itens, dos quais reúne livros, periódicos, discos, partituras. 

A Biblioteca teve origem com acervo pessoal do próprio Ricardo Brennand, bem como foi ampliada com espólio de outras bibliotecas particulares. Confesso que não pude deixar de pensar no tanto de dinheiro que possuía o senhor Brennand para montar todo esse império informacional!


A visita ocorreu um dia antes da realização do Bibliocamp, pois sabia que tomaria tempo, a decisão foi acertada por permitir desfrutar de uma "aula conversa" com Aruza, que apresentou raridades, explicou sobre o antes e o depois da criação do ambiente e os desafios em atuar na coordenação de uma biblioteca especializada.


Do ponto de vista estético, a Biblioteca chamava muita atenção pelas variadas esculturas que ornamentavam o ambiente!


Especialmente a escultura em tamanho natural de Johannes Gutemberg, responsável pela popularização dos tipos móveis, que contribuiu para a revolução da imprensa. A imagem estava localizada em área central, no interior da Biblioteca.


Com estrutura confortável, sinalizada, bem iluminada foi inaugurada em 2011 e desde então oferece a possibilidade de consultas à investigadores e visitantes com agendamento prévio.


Conforme apresentado no site do Instituto, a Biblioteca
 [...] detém um enfoque na história colonial brasileira, com destaque para o período referente ao Brasil holandês. Com incursões pela filosofia, antropologia, sociologia, história do açúcar e pelas artes como pintura, escultura, tapeçaria, teatro e dança, o acervo inclui também literatura brasileira e mundial.

Além de guardar preciosidades referentes ao Brasil Holandês, possui raridades vinculadas à música, pertencentes ao compositor Euclides de Aquino Fonseca (1854-1929) e ao musicólogo Padre Jaime Cavalcanti Diniz (1924-1989).


Para mim, a olho nu, uma das preciosidades ali encontradas foi a obra De Saga em Saga de Selma Lagerlöf, escritora sueca, que gosto muito. Selma foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel de Literatura, em 1909 e especialmente essa edição, além dos lindos contos, também apresenta o  discurso da autora proferido no dia da entrega do prêmio. O livro faz parte de uma ampla coleção dos Prêmios Nobel de Literatura.


As horas passam depressa quando estamos em lugares fascinantes e na Biblioteca do Instituto Ricardo Brennand não foi diferente. A visita guiada finalizou com possibilidades de observar inclusive a área externa da Biblioteca, sua estrutura também como outras partes do Instituto se apresenta em espaço fortificado e palaciano.


Encerro esse post agradecendo mais uma vez a Bibliotecária Aruza pela atenção e acolhida e deixo também o registro de meus sentimentos em vista do falecimento do Ricardo Brennand, idealizador de toda essa estrutura que partiu no dia 25 de abril de 2020, vítima da Covid-19.

Fotos: Soraia Magalhães e Jimmy Marcone

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