POETA THIAGO DE MELLO, MORRE AOS 95 ANOS
É lamentável a perda, mas serve o consolo de que nos livros, sua obra estará pulsante e pode ser revivida a cada leitura estabelecida.
A notícia me evocou lembranças de momentos em que tive a oportunidade de viver algo envolvendo seu nome, desde os anos em que o pude vê-lo entre os membros da Academia Amazonense de Letras, época em que recém formadas do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas (Gisele Lima e eu), organizamos parte do acervo da biblioteca da Academia.
Anos depois, a partir de 2009 acompanharia o desenrolar e fotografaria parte de etapas do projeto que tinha por fim a criação de uma biblioteca temática na cidade de Manaus, que se chamaria "Casa de Leitura Thiago de Mello".
Esse empreendimento deveria ter sido instalado na área portuária da cidade e apesar dos grandes recursos investidos pelo Governo Federal, não se concretizou. É possível ver os prédios na imagem abaixo (em cinza e cor de rosa) que foram reformados para abrigar o espaço cultural, respectivamente, o Armazém 15 de Novembro e o antigo Prédio do Thesouro.
Por fim, em 2016 estive em Barreirinha, para viabilizar parte da investigação para meu estudo doutoral sobre bibliotecas públicas no estado do Amazonas. Barreirinha, cidade natal de Thiago de Mello, é também cidade natal da minha mãe Iolanda Pereira, por isso maior interesse em conhecer a realidade desse município em termos de biblioteca pública.
Na época, pude constatar e fotografar o quadro devastador em que se encontravam as duas casas que haviam servido de morada para o poeta e que haviam sido adquiridas pelo Governo do Amazonas, estavam em estado de total abandono. Na Casa do Ramos, junto ao rio pairava uma biblioteca pública desativada...bem como um pequeno espaço museológico em estado de decadência.
https://knowledgesociety.usal.es/sites/default/files/tesis/TESE_Soraia%20_3%20novembro%202021.pdf
Thiago de Mello, foi uma voz que foi além do ambiente da floresta amazônica e nos presenteou com belos versos.
Encerro esse momento de memórias com o Artigo VIII, de seu "Os Estatutos do Homem"
"Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor."
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor."
***
Fotos: Acervo pessoal Soraia Magalhães
Comentários
Postar um comentário